26 de julho de 2009

no feet under...

"Às vezes temos mesmo de cair, cair para perceber o que realmente queremos e o que temos de fazer para lá chegar, seja este "lá" onde for ou o que for. E nem sempre o fundo é a pior perspectiva. Mas custa muito e dói quando vemos pessoas de quem gostamos muito, mas mesmo mesmo muito, "bater no fundo". Faz-nos pensar que a vida é injusta. Será? As asneiras e os erros que cometemos ao longo da vida, batem-nos um dia à porta, para acertar contas. E esse é o dia em que percebemos o quão frágeis somos, o quão vulnerável pode ser a vida quando damos tudo aquilo que somos e temos como certo, como garantido. Um erro. Crasso."


Intuiton...

Vejo a intuição como um atributo da alma, um dom guardado entre o coração e a cabeça, para lá da inteligência e da razão.
Uma espécie de voz acima da realidade, como um balão a gás quente que consegue ver mais longe do que o olhar alcança, um código de barras que se descodifica a ele próprio, um telescópio da anatomia dos sentimentos, porque tem muito mais a ver com o que se sente do que com o que se pensa, com o que se imagina do que com o que se vê, com o que se teme do que com o que se deseja, sentindo como certo aquilo que o entendimento ainda não captou.

E é por isso que, quando o alarme começa a tocar, primeiro baixinho em tom de aviso, e depois, cada vez mais alto até me ensurdecer com a evidência que se aproxima, respiro fundo para ganhar forças e lembro-me que o futuro não é mais do que a projecção das sombras do meu passado, um lugar cómodo para arrumar os sonhos, no qual a imprevisibilidade e o mistério reinam e onde, talvez e apenas aí, a intuição descanse da sua sabedoria. Prefiro ter o dom da intuição a esperar placidamente pelo desconhecido, mesmo quando o desconhecido me traz todos os sonhos numa bandeja.